Entrevista com Jovem Embaixador graduado em Dartmouth pelo Oportunidades Acadêmicas

Entrevista com Jovem Embaixador graduado em Dartmouth pelo Oportunidades Acadêmicas

O GlobEducar realizou uma entrevista com o paraense Ruan, de 23 anos, que já foi Jovem Embaixador e se formou em Dartmouth, em 2021, pelo Oportunidades Acadêmicas. Vem ler um pouco sobre como foi essa experiência, sobre os programas, como é estudar em uma Ivy League, quais oportunidades existem…

 

Como conheceu o programa Jovens Embaixadores? Conta um pouco dessa experiência.

Conheci o programa de forma muito aleatória. Ninguém da minha escola sabia sobre o programa, mas eu acabei vendo uma postagem sem querer na internet. Foi em 2014, eu tava no segundo ano do ensino médio, e quando eu conheci os Jovens Embaixadores, não dava pra me inscrever mais naquele ano. Perguntei à minha professora de inglês e ela disse que não conhecia, mas eu achei o programa incrível, então comecei a seguir, procurar e pesquisar até abrir as inscrições novamente. Também segui várias pessoas pra perguntar sobre o programa e tal. Em 2015 eu tentei, mas não passei. Daí tentei de novo e passei em 2016. Foi incrível, no momento que você chega, apesar dos jovens serem de realidades e estados diferentes, a gente se entende muito. Como todos vieram de escola pública, batalharam muito desde cedo, são engajados na comunidade, apesar das nossas diferenças, também tem muita semelhança. A experiência foi muito melhor por causa disso. Claro, que sair do país, conhecer a neve, conhecer outros lugares foi incrível também. Foi uma experiência que abriu meus olhos para oportunidades. Também foi pesquisando e aplicando pro Jovens Embaixadores que eu conheci o Oportunidades Acadêmicas.

 

Você entrou em Dartmouth pelo Oportunidades Acadêmicas, certo? Como foi o processo do programa, e de aplicação da universidade? 

Eu apliquei no Programa Jovens Embaixadores, eu estava lá (risos). O deadline era em janeiro e eu estava nos Estados Unidos com o JE, eu descobri já lá porque tinham outros embaixadores aplicando. O processo de aplicação do Oportunidades Acadêmicas é muito mais longo que o do JE, porque dura quase um ano. Nesse tempo eu fiquei muito preocupado porque era meu último ano do ensino médio, eu tinha um estágio à tarde, então era um tempo bem limitado para estudar. Por isso, os testes, as essays, estudar foi tudo muito corrido, até porque é um processo mais independente, que você faz. Mas de toda forma a gente tinha os acompanhamentos dos advisers, também contato com os outros participantes, e esses suportes me deixaram bem mais confiantes e me ajudaram muito a continuar no processo. 

 

Fala um pouco sobre sua formação. Por que você escolheu a Dartmouth?

Na época, eu queria fazer Relações Internacionais ou algo relacionado à Ciências Políticas. Acabei seguindo um pouco disso, me formei em Geografia. Escolhi cursar lá porque o departamento de geografia me deu oportunidade de estudar sobre ciência política e geopolítica. Em Dartmouth, o curso era muito crítico, não era só aquilo sobre mapa, clima. As aulas foram migração, ecologia, política… Me formei em geografia, mas minha especialidade é desenvolvimento internacional mesmo. 

 

Qual sua memória preferida da universidade?

Quando cheguei, tinham pouquíssimos brasileiros, com meu ano, eram 7. A gente formou a comunidade brasileira, foi dando suporte um ao outro, e a gente viu crescendo a comunidade, mais brasileiros chegando. Hoje em quase todas as aulas têm pelo menos um brasileiro, então me dá muito orgulho de ver a marca que a gente deixou e ainda deixa no campus. A gente também fazia evento, deixando os americanos bem curiosos, os professores sempre vinham comentar sobre as participações. Então são esses conjuntos de memórias que são minhas memórias favoritas.

 

Existe alguma pressão por estudar em uma Ivy League?

(risadas) Tem muita pressão. A pressão não é de fora, é mais de você. Você tá ali cercado pelos melhores alunos, que foram os melhores da sala, os melhores na escola. Então pra você chegar ali, provavelmente você também foi o melhor aluno, e a gente tá acostumado a ser o melhor a ser a melhor, a tirar as melhores notas. Você chega lá e não é mais essa pessoa, porque todo mundo é. Então o pensamento é só dobrar, triplicar o esforço pra poder não ser o “último”. Ser do Brasil também, não estar tão preparado para a vida em universidade nos EUA, pesa muito.

 

Você achou difícil se adaptar morando em outro país, em um campus?

Sim, por várias razões. Idioma, comida, clima. Foi muito difícil, pelo menos tinham outros brasileiros para se reunir e reclamar de tá passando por isso (risos).Também tinham vezes que a gente tentava se expressar, mas não sabia como. Ter brasileiros e passar juntos por esse processo foi essencial. Foi difícil, tiveram coisas que demoraram, mas me acostumei.

 

Você participava de alguma irmandade, ou grupo como futebol, teatro, etc?

Não participava de fraternidade, nem nenhum esporte. Fazia parte de alguns grupos de música, e tive algumas aulas de teatro. Mas tem grupo de tuuudo: Mario Kart, culinária, xadrez… E tudo isso era feito pelos alunos mesmo. Era uma forma de desestressar ali, então cada um tinha sua maneira, seu jeito, seu grupo.

 

O que você mais gostava sobre a universidade em si?

As pessoas. O campus era uma bolha  de todo o mundo. Aprendi muito com as pessoas, os alunos, e com os professores também, a gente tinha uma relação diferente lá dentro, até de levar professor para almoçar assim (risos). A gente conversava sobre aula, ou até sobre a vida pessoal mesmo

 

Claro que não são todoooos, mas alguns viraram realmente amigos. Enfim, as pessoas e o que elas me ensinavam sobre a cultura e o país delas.Os americanos também demonstravam humildade para tentar entender a gente, ou ajudar mesmo.

 

Agora olhando para sua trajetória, o que você acha que os Jovens Embaixadores e o Oportunidades Acadêmicas significaram na sua vida?

Muita coisa. Primeiro que eu não teria descoberto o Oportunidades Acadêmicas se não fosse o Jovem Embaixadores, não saberia que era possível até sonhar em fazer uma graduação fora. Esses programas me introduziram a pessoas que tinham desejos similares, que vinham de lugares similares. Sempre que eu voltava pra casa, voltava mais inspirado. Esses programas me mostraram que era possível chegar lá, porque outras pessoas já tinham chegado. Também, muitas vezes, as escolas não reconhecem o que você faz, os extracurriculares, monitoria, voluntariado, normalmente ninguém chega e diz “bom trabalho”. Esses programas me fizeram perceber também que o que eu fazia era de fato valioso, sabe?

 

Com o que você trabalha agora?

Eu trabalho na Universidade, no departamento de Geografia, como assistente de professor. Ainda moro no campus, então parece um quinto ano de universidade (risadas). Mas esse trabalho dura um ano, e, quando terminar, ainda tô dividido em seguir a carreira acadêmica para chegar no PhD, ou trabalhar com iniciativas de impacto socioecológico ou responsabilidade social-coorporativa.

 

Esse foi o nosso papo com Ruan, muita coisa massa. né: Se você se interessou, não se esquece que as inscrições para o Jovens Embaixadores estão abertas

O GlobEducar é parceiro do JE e do Oportunidades Acadêmicas, qualquer dúvida, só entrar em contato <3

No Comments

Post a Comment

Comment
Name
Email
Website

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.